Leitura além dos livros
Uma vantagem do Kindle é que a conta da conexão 3G é paga pela própria Amazon, mas dá para navegar apenas pela livraria virtual e pela Wikipédia americana. Já no iPad é você quem paga a internet, mas pode acessar qualquer página e baixar milhares de aplicativos, inclusive os desenvolvidos por jornais e revistas, que garantem uma experiência multimídia rica, com integração de áudio e vídeo.
Às vezes, o conteúdo que desejamos ler não está em livros e revistas, mas em arquivos PDF encontrados na web. Para abri-los, o iPad tem um programa chamado GoodReader, vendido por 1 dólar na App Store. Ele permite a transferência de documentos para o aparelho diretamente pelo iTunes. No Kindle, basta jogar o arquivo na memória. O maior problema é a falta de zoom: é possível, no máximo, colocar a tela na horizontal, o que aumenta um pouco a letra.
No quesito autonomia, os dois mandam muito bem. O Kindle suporta dois dias de uso ininterrupto, enquanto o iPad aguenta 11 horas – uma diferença plenamente justificável, levando em consideração que a tela da Apple e os demais recursos consomem naturalmente muito mais bateria.
Ambos também têm um ponto negativo em comum, talvez o mais grave de todos: praticamente ignoram a língua portuguesa. Só que no iPad isso é mais fácil de ser resolvido. Basta que os próprios produtores de conteúdo desenvolvam aplicativos especiais para o aparelho.
A última semelhança: nenhum deles é baratinho. Contando a conversão da moeda e o envio do produto ao Brasil, o Kindle sai por 958 reais. O tablet da Apple deve chegar por aqui apenas no segundo semestre, mas já custaria um valor parecido mesmo sem os impostos inclusos. Algo justo, dada sua superioridade na parte técnica e na usabilidade. Lá fora, ele é vendido a partir de 499 dólares. Alguém tem um palpite de quanto vai custar no Brasil?